domingo, 29 de abril de 2012

Pedra do Sino!!! Show!

Pedra do Sino


Essa trilha foi muito aguardada e planejada com muita antecedência, pois iríamos realiza-la justamente no mês que abre a temporada de montanhismo, então a concorrência para vaga no Abrigo 4 foi grande.  Foram dois dias com pessoas incríveis, lugar maravilhoso e oportunidades de fazer novas amizades.

O sábado, para mim, se inicia cedo. Acordo as 3hs30min depois de apenas três horas de sono, porém o medo de pegar engarrafamento (pois estávamos em um feriado prolongado no Rio de Janeiro) e perder o ônibus me anima e parto junto com a minha cargueira rumo a Rodoviária. Não pego engarrafamento e chego muito cedo, onde tomo um café reforçado e aos poucos começa a chegar a galera.

No ônibus tento dormir mais um pouco, e recarregar as energias para aguentar a caminhada pesada que nos aguardava pela frente.

Chegando na entrada do parque fazemos toda as questões burocráticas e pegamos um táxi para vencermos mais três quilômetros até o local de inicio da trilha. Neste ponto todos se preparam pegam suas cargueiras e após o grupo estar todo reunido iniciamos a caminhada exatamente as 8hs47min.






Já no inicio podemos perceber a beleza encantadora do lugar. Neste trecho a trilha é bem marcada e em mata fechada, o dia estava nublado então não sofremos com o calor. O grupo logo se divide, de acordo com o ritmo de cada um, sigo no grupo com mais três (Denise, Nil e Ana), que a pesar de estarmos na frente fizemos em um ritmo bem moderado.


Após cerca de 40min de caminhada chegamos a primeira cachoeira, uma queda d'água maravilhosa, onde paramos para descansar e bater fotos. Seguimos nossa caminhada, agora rumo ao Clarão, onde seria nossa próxima parada, andamos bastante até que ele chegasse, e nesse ponto paramos um bom tempo, comemos, ligamos (tinha sinal, rs) e depois tomamos coragem para por as cargueiras nas costas e prosseguirmos andando. Nessa outra parte da trilha o visual muda completamente, a trilha deixa de ser tão fechada, o terreno deixa de ter tanta pedra e a caminhada fica ainda mais agradável. 



















Como o nosso grupo havia pegado uma grande distancia a frente dos demais, resolvemos aproveitar ainda mais e pegar uma bifurcação e seguir para a Pedra da Cruz. E foi muito válido essa "fugidinha", do cume da Pedra da Cruz conseguimos avistar outros cumes da Serra dos Órgão como por exemplo: Dedo de Deus, Escalavrados e Agulha do Diabo. Cume conquistado voltamos para a trilha do Sino, agora sem parar até chegar ao abrigo.

























Aproximadamente uma hora depois avistamos o telhado do abrigo, agora estamos perto e doidos para chegar. Chegando ao abrigo alguns componentes do grupo já haviam chegado e o cheirinho de comida ativa mais ainda a minha fome, e ai começa a jornada que me rendeu o apelido de "Taz", somente porque compartilhei da comida dos meus amigos, rs.




A noite cai e a chuva junto com ela, e os planos de fazer Pedra da Baleia vão por água a baixo, literalmente. Nos resta apenas ficarmos na varanda do alojamento jogando conversa fora, que por sinal foi muito legal, muitas risadas, muita comida pra mim e muita descontração.







O domingo começa cedo, com os preparativos para subirmos para o cume da Pedra do Sino, a intenção era ver o nascer do Sol, porém a mãe natureza não nos deu esse privilégio mas nos presenteou com um lindíssimo mar de nuvens que formavam um contraste inimaginável com as montanhas em volta. No cume o vento castigava, o frio também, mas a maravilha do visual era recompensador e dava vontade de ficar ali por muito e muito tempo, pena que temos que descer.






De volta ao alojamento tomamos café, preparamos a cargueira e iniciamos a descida. O tempo ameaçava chuva, e em alguns momentos pegamos uma chuva fininha, mas nada que atrapalhasse o nosso andamento. A descida foi em um ritmo bom e sem muitas paradas.

Terminando toda descida começa o dilema do táxi, porém ele é resolvido com uma carona na caminhonete do parque, que nos deixa na entrada do PARNASO, onde teríamos que pegar o busão para o centro de Teresópolis, porém um barzinho chama nossa atenção e vamos comemorar lá bebendo e comendo aipim com carne seca. E após isso descobrimos que podemos ir a pé mesmo para Teresópolis, onde compramos nossas passagens de volta e para aguardar o horário do ônibus uma parada estratégica na feirinha para comermos uma canjica deliciosa e nos abrigar da chuva, porque no final de tudo ela resolveu cair com vontade.





terça-feira, 17 de abril de 2012

Angra x Lídice

Feriado de Páscoa, o que fazer? Resolvo refazer a travessia Angra x Lídice, com o principal motivador: Na primeira vez que fiz esqueci a máquina fotográfica, e agora precisava registrar a beleza encantadora do Parque Nacional do Cunhambebe. Partimos no sábado bem cedo (as 6hs estávamos saindo de Nova Iguaçu) para enfrentar um dia inteiro de caminhada.







Essa travessia, possui todo um charme especial, pois se passa pelos trilhos do trem, que sobe zigue zagueando a serra, chegando a uma altitude máxima de 655m. Como a caminhada é pelos trilhos não sentimos tanto o desnível da subida, apenas quando paramos para montar o acampamento, percebemos o quanto estávamos mortos.

Iniciamos a caminha por volta das 9hs em Angra, a primeira dificuldade era localizar o inicio da via férrea, que mesmo pedindo ajuda aos moradores, eles não sabiam informar direito, mas no fim encontramos um grupo de senhores que nos auxiliam e ainda nos dão "toques" para que fiquemos espertos, pois nesta trilha há um certo histórico de assaltos.


Por fim, localizamos a linha do trem e logo em seguida o primeiro túnel, que possui 182 metros, e ao cruza-lo saímos em um pequeno vilarejo, que devido a estarmos um pouco assustados com as recomendações dos moradores, vamos correndo, sem muitas paradas e nem fotos.







O dia segue tranquilo, sem muito sol, cruzamos algumas pontes, riachos e após cerca de 7hs andando chegamos a antiga estação de Jussaral, onde montamos nosso acampamento. Chegamos com a chuva se preparando para cair, montamos as barracas rapidamente, porém tenho uma surpresa com a minha, as varetas arrebentaram e tivemos que dar um "jeitinho brasileiro" para conseguir. Tomamos banho, e almoçamos todos dentro da mesma barraca, esperando a chuva passar.


















Quando a chuva da um trégua, vamos "explorar" a região, pois tem algumas bifurcações que outras pequenas trilhas, andamos por essas trilhas, até que escutamos um barulho vindo da direção das nossas barracas, voltamos correndo para verificar o que era, porém não vimos nada. Neste momento já estamos mega cansados, resolvemos tirar um cochilo e acordar mais tarde para jantar.

Após recuperar as energias, jantamos, conversamos e curtimos a noite nublada e novamente voltamos a dormir (nenhum dos três havia dormido de sexta para sábado, então o sono acumulado era grande, rs), porém de madrugada a Lua cheia nos presenteia com um belíssimo espetáculo, iluminando toda a estação como se estivéssemos com as lanternas ligadas, aproveito esse momento para tirar algumas fotos e volto a dormir para se preparar para o segundo dia.


Lual na Estação de Jussaral


No segundo dia, levantamos bem cedo, preparamos o café e desmontamos acampamento e após um bom banho partimos. Esse dia a beleza da natureza é ainda mais encantadora, porém o sol castiga com sua força. Esse dia também foi o da contagem regressiva, pois tínhamos que pegar o ônibus as 18hs30 em Angra, então cada passo nosso foi cronometrado, estávamos fazendo no início 1km em 10min e depois caímos para 1km em 15min.

Em uma das pontes



O segundo dia também foi o dia dos sustos, encontramos uma cobra coral no meio do caminho, Vanderson caiu da ponte ficando preso entre os dormentes e Leandro cai na cachoeira, mas tudo sobre controle e rimos dessas situações depois.

Cobra trilheira




Também foi o dia mais puxado, andamos cerca de 10hs até concluir a travessia, na estação Alto da Serra, após o 15 túnel seguimos mais três quilômetros pela linha do trem e após isso resolvemos ir pela cidade, pois nossos pés já não aguentava mais andar pisando e pulando de dormente em dormente.

Mortos na estação Alto da Serra, e ainda faltavam 8km


Chegando em Lidice, tomamos um Coca-Cola gelada pegamos o busão e voltamos para Angra e vemos tudo o que nós subimos e andamos em 2 dias o busão fez em 1hs, faz parte e muito compensador ter vivido essa aventura.

Me prometi que não faço mais essa, mas da primeira vez disse a mesma coisa e depois de 1 ano eu voltei, será que Angra x Lidice me verá novamente


Informações da travessia:


Início ------ 20k ------> Estação Jussaral ----- 18k -----> Estação Alto da Serra ---- 8.5k ---->  Estação de Lídice (Total: 46.5 km)
Início ------ 20k ------> Estação Jussaral ----- 18k -----> Estação Alto da Serra -- 4.1k --> Bar/Escola -- 3.9 --> RJ-155 (Total: 46 km)

Túneis


   Primeiro Túnel: Túnel 1 de 182 metros;
   Segundo Túnel: Túnel 2 de 136 metros;
   Terceiro Túnel: Túnel 3 de 120 metros;
   Quarto Túnel: Túnel 4 de 74 metros;
   Quinto Túnel: Túnel 5 de 51 metros;
   Sexto Túnel: Túnel 6 de 63 metros;
   Sétimo Túnel: Túnel 7 de 66 metros;
   Oitavo Túnel: Túnel 8 de 89 metros;
   Nono Túnel: Túnel 9 de 62 metros;
   Décimo Túnel: Túnel 10 de 54 metros;
   Décimo Primeiro Túnel: Túnel 11 de 113.30 metros;
   Décimo Segundo Túnel: Túnel 12 de 120 metros;
   Décimo Terceiro Túnel: Só há as ruínas dele;
   Décimo Quarto Túnel: Só há as ruinas dele;
   Décimo Quinto Túnel: Túnel 15 de 212 metros;
   Décimo Sexto Túnel: Túnel 16 de 115 metros.