domingo, 3 de agosto de 2014

Como se faz uma família

"Mas há um amigo mais chegado do que um irmão" (Provérbios 18.24)

Meu sonho de criança sempre foi ter irmãos, perturbava minha mãe pedindo um irmazinha ou irmazinha e a justificativa q usava era que se ela não tivesse outro filho eu nunca seria tio.

Nove anos de minha vida se passaram com esse pedido sendo feito incessantemente, todos os dias, até que no dia 03/11/97 o pequeno Victor nasceu. Neste dia, me apaixonei pela ideia de ter irmãos, mas uma coisa era muito clara, outro irmão de sangue eu não teria, pois minha mãe fechou a fábrica, rs.

Essa minha vontade de ter outros irmãos foi tão forte e tão incontrolavel, que a própria vida arrumou artifícios de fazer com que esse desejo se tornasse realidade. Pessoas tão incríveis, tão diferentes e que me completam cada uma no seu jeito de ser, foram aos poucos se tornando muito mais que amigos, se tornando irmãos.

A primeira lembrança que tenho de ter ocorrido essa identificação, foi no meu primeiro emprego, amigos que hoje faz meses e até anos que não vejo, mas nossa ligação e tão forte que nem a distância pode apagar essa chama que nos une. Os perrengues do treinamento, e após já em operação as outras pessoas que foram se agregando a essa família foi incrível. Torcemos, choramos, rimos, zoamos, contamos histórias, sempre juntos, independente da equipe a qual fazíamos parte.

Ainda neste emprego, mas em um cargo diferente, outros anjos surgiram em minha vida. Esses, ou melhor essas, não deixamos de nos falar um dia sequer, nem que seja para desejar bom dia, mas o bom mesmo é quando fazemos o inferno na vida um do outro e as picaretagens não acabam nunca.

Em 2010 ocorre uma mudança radical em todo o meu conceito de vida: eu conheço a montanha. Isso foi espetacular, e neste novo mundo tive contato com diversas pessoas, muitas passaram e poucas ficaram, essas poucas são a que posso contar em qualquer hora em virar e dizer assim: "vamos por as mochilas nas costas e sair pelo mundo?", que eu sei que a resposta será positiva, sempre! A alegria, a energia a vibração de cada um faz com tenha seu lugar marcado e vaga cativa para sempre em meu coração.

Em 2011, para que eu pudesse me dedicar a montanha, a vida me deu um novo presente, a troca de emprego e com isso a possibilidade de aumentar ainda mais a minha família. Pessoas que nos entendemos apenas pelo olhar, e que vai muito além do profissional nosso relacionamento. Conselhos, broncas, risadas, sofrimentos, histórias de vida, partilhamos tudo e assim aos poucos os laços de irmandade foram surgindo.

E fora a relação emprego, montanha, estudos, a vida ainda vez que alguns amigos "virtuais", se tornassem amigos "reais" e hoje também estão em minha família. Esses eu posso contar a qualquer hora que sempre estarão on line, posso mandar um whatsapp, imbox no face, ou mesmo ligar que estarão ali disponíveis para ouvir.

E quando você pensa que já está formada a sua família, a vida lhe prega uma excelente supresa, assim em 2014 eu embarco em uma kombi cheia de loucos e esses loucos na mesma hora se identificam e em questão de segundos já somos da mesma família. Muitas aventuras nos esperam, e o mundo é o nosso quintal, para irmos ali e rolamos na grama e brincarmos de ser criança.

E assim, o versículo de Provérbios 18.24 se tornou realidade em minha vida, e posso até fazer uma versão muito particular: "Tenho um irmão, que é tão chegado quanto um amigo".

Amo todos vocês!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Chapada dos Veadeiros

Após muito tempo sem uma grande viagem de contato com a natureza, pois as últimas que realizei foram "pantufadas" por cidades grandes, me surge um desejo de ir para a única região do Brasil que não conheço: o centro-oeste. Várias ideias e roteiros existem para essa região, mas ao visualizar as fotos da Chapada dos Veadeiros, não há dúvidas é para lá que tenho que ir. E assim em 06/06 parto rumo a Brasília, para desbravar mais esse lugar incrível.

Após 1h30 de voo, chegamos em Brasília, onde "apenas" cerca de 300km, nos separa do destino final, esses kms são vencidos por 4hs de estrada, onde a beleza do cerrado já começa a se mostrar.





Paramos em Cavalcante, onde a equipe do Treeking Chapada dos Veadeiros, já nos esperava, para embarcarmos no 4x4, e pegar mais estrada, cerca de 2hs, até o Complexo do Prata, onde iniciamos a trilha.





Mas todo esse sacrificio é válido, ao iniciarmos a trilha a beleza do lugar já encanta. A trilha é de nível médio, mas a baixa umidade da região ajuda o cansaço chegar mais rápido.

Logo avistamos a primeira, de muitas que nos espera, cachoeira, onde a parada para um mergulho e revigorar as forças é obrigatória.



Após o mergulho continuamos a trilha até o abrigo, onde montamos acampamento, fazemos a janta e curtimos a noite em volta da fogueira.





A manhã do segundo dia começa bem cedo, por volta das 6h30min, iniciamos a subida do Morro do Chapéu, uma subida que tem por dificuldade ser muito ingrime e com pedras soltas, mas o visual compensa. Do cume do Morro conseguimos ter uma visão de 360° do Chapada, e ainda avistar o vizinho Tocantins(To To para os íntimos, rs), além de termos visualizado o show do voo do Urubu Rei.





Retornamos para o abrigo, onde fazemos um lanche, e iniciamos o nosso circuito de cachoeiras, onde a cada uma que passamos nos surpreendemos com a beleza e magnitude delas. Palavras não conseguem descrever o quão encantado ficamos a cada cachoeira que surgia em nosso caminho.







Andamos o dia todo, parando em cada cachoeira, e ao final da tarde retornamos ao abrigo, exaustos mas felizes. Jantamos e eu logo pego no sono, afinal ainda falta mais um dia.




Pôr do Sol no cerrado



No terceiro dia, também levantamos bem cedo, desmontamos o acampamento, e partimos rumo a Comunidade Quilombola Kalunga II, para conhecermos as mais belas cachoeiras de todas: A de Santa Bárbara e a Capivara. A primeira possui uma água azul hipnotizante e a segunda é formada por duas quedas, de dois rios diferentes, que desaguam no mesmo poço.


Cachoeira de Santa Bárbara

Capivara - Duas quedas um poço


Retornamos ao final da tarde para a comunidade, onde um almoço feito no fogão a lenha nos espera. Almoçamos e nos despedimos do lugar, com uma pontinha de saudade.



Retornamos para Cavalcante, e após as despedidas pegamos a estrada rumo a Brasília, para voltarmos a realidade.